Embora a pandemia da Covid-19 tenha afetado diferentes segmentos da economia brasileira, o agronegócio, de forma geral, tem passado por este período com exportações em alta e produtor rural mais conectado e capacitado a fornecer alimentos para um consumo aquecido no país, apontaram os participantes do painel virtual “O Agronegócio Brasileiro no Pós-pandemia: Perspectivas Para 2021”, ontem, durante a Expointer Digital. O pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV, Felippe Serigati, afirmou que somente o agronegócio sairá desta fase maior do que entrou. Números do Banco Central apresentados por ele mostram que o PIB do agro deve crescer 2,5% no ano que vem, acima do projetado para 2020.
A superintendente técnica adjunta da CNA, Natália Fernandes, diz que o setor tem alguns desafios que preocupam, como os altos custos de produção, possíveis impactos da Reforma Tributária que está em discussão no Congresso Nacional, dificuldades para acessar a internet em zona rurais e o cenário de incertezas que o coronavírus ainda provoca no mundo. Diante disso, alertou que o produtor, embora tenha se conectado mais por força da pandemia, pode ter dificuldade para se planejar em um ambiente incerto.
Na área de carnes, as perspectivas para 2021 são positivas. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, informou que neste ano o setor cresceu 23% em receita e 12,3% em volume exportado até agosto e ainda espera que, em maio do ano que vem, a OIE reconheça alguns estados, entre eles o Rio Grande do Sul, como áreas livres de febre aftosa sem vacinação, o que deve impulsionar os embarques do produto.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, acredita que a pandemia testou a capacidade do setor agropecuário e esse surpreendeu ao manter o abastecimento dos mercados e o consumo crescente das famílias, além de ter conseguido incrementar a participação nos mercados internacionais. Para ele, um dos focos do pós-pandemia deve ser a diminuição do tamanho do Estado, por meio de uma reforma administrativa, redução de tributos e privatização de estatais.
Fonte: Correio do Povo